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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Raposa

Antoine de Saint-Exupéry. (O Pequeno Príncipe)

Foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia – disse a raposa.
- Bom dia – respondeu o principezinho com delicadeza. Mas ao voltar-se não viu ninguém.
- Estou aqui – disse a voz -, debaixo da macieira…
- Quem és tu? – disse o principezinho. – És bem bonita…
- Sou uma raposa – disse a raposa.
- Anda brincar comigo – propôs-lhe o principezinho. – Estou tão triste…
- Não posso brincar contigo – disse a raposa. – Ainda ninguém me cativou.
- Ah! Perdão – disse o principezinho.
Mas, depois de ter refletido, acrescentou: – Que significa “cativar”?
- Tu não deves ser daqui – disse a raposa. – Que procuras?
- Procuro os homens – disse o principezinho. – Que significa “cativar”?
- Os homens – disse a raposa – têm espingardas e caçam. E uma maçada! Também criam galinhas. É o único interesse que lhes acho. Andas a procura de galinhas?
- Não – disse o principezinho. – Ando a procura de amigos. Que significa “cativar”?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. – Significa “criar laços”…
- Criar laços? -
Isso mesmo – disse a raposa. – Para mim, não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei única no mundo para ti…
- Começo a compreender – disse o principezinho. – Existe uma flor... creio que ela me cativou.
- É possível – disse a raposa. – Vê-se de tudo à superfície da Terra…

Hoje esquecemos de cativar as pessoas... então, vamos sorrir, conversar e cativar.

Luz e Paz,

Marilda Jorge

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