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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Neurocientista Brasileiro diz que a Força do Pensamento poderá tratar doenças

Texto enviado por Marcia Maria de Rizzo, obrigada pela colaboração.

Já pensou controlar máquinas com a força do pensamento e usar o poder da mente para reabilitar pessoas com qualquer tipo de paralisia?

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis já pensou nisso tudo. Ele conversou com o Bom Dia Brasil sobre as descobertas da ciência e os estudos sobre os mistérios do cérebro humano.

Foi uma daquelas conversas que nos enchem de esperança e até de orgulho por ter um cientista brasileiro com pesquisas que chamam tanta atenção. Miguel Nicolelis está no Brasil para expor as mais recentes descobertas da neurociência, entre elas a possibilidade de uma pessoa tetraplégica recuperar a capacidade de andar. Para o cientista, o que parece ficção hoje pode se tornar realidade em um futuro não muito distante.

Se um auditório fosse o cérebro humano, as pessoas nas poltronas seriam os neurônios. A visão, a fala e as emoções: cada função do corpo é controlada por uma parte dessas células. É o que diz a corrente da neurociência que predominou por mais de 200 anos.

Até que avançaram os estudos de Miguel Nicolelis. O cientista brasileiro e um grupo de pesquisadores provou que a cabeça do nosso corpo é como uma orquestra. Trabalhando juntos, os neurônios transformam energia em ação, percepção e memória; tudo o que fazemos e somos.

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis vive na Carolina do Norte nos Estados Unidos. Ele teve de viajar até o Brasil para nos conceder essa entrevista, mas em algumas décadas, em um futuro não tão remoto, esse encontro poderia acontecer em qualquer lugar do universo, só pela ação do pensamento.

"É, mais ou menos isso, nos últimos dez anos os estudos experimentais demonstram que nós estamos iniciando uma era na qual a ação do nosso cérebro vai se libertar dos limites físicos do nosso corpo. Nós á demonstramos a possibilidade de extrair sinais elétricos do cérebro e controlar máquinas a distância, só pela ação do pensamento", afirma o neurocientista Miguel Nicolelis.

Os testes usam nossos parentes mais próximos. Por mais de um mês, a macaca aprendeu a jogar videogame, enquanto os cientistas liam os pensamentos dela. Com os estímulos cerebrais, ela mexia também um braço mecânico. O mais surpreendente é que logo percebeu que não precisava se mover e controlava a prótese só com o cérebro.

Em outro experimento, a macaca na esteira fazia o robô andar do outro lado do globo. Os estímulos navegavam via internet. O próximo passo é para humanos.

"A primeira aplicação imediata dessa tecnologia, chamada interface cérebro maquina, vai ser na reabilitação de pacientes que sofrem de um grau de paralisia muito grande do corpo. Para paraplégicos ou quadriplégicos que estão paralisados do pescoço para baixo, a ideia é ler os sinais do cérebro, que continuam a ser produzidos, mesmo que o corpo não consiga acompanhar o pensamento, e transferir esses desejos motores para uma veste robótica que vai devolver e restaurar a mobilidade que esses pacientes perderam", explica.

Um mundo em que o corpo não é limite para o cérebro. Conectados, viajamos à velocidade do pensamento, como no filme Avatar. O cientista garante: não é ficção. "Meu sonho predileto é estar na frente do mar em Natal, experimentando o que é passear pelos vales de Marte. Talvez no final da nossa vida a gente veja", diz Miguel.

Miguel Nicolelis diz que as pesquisas também podem ajudar no tratamento da epilepsia e do Mal de Parkinson. Os primeiros testes com humanos devem ser feitos no Brasil em dois anos. Um dos sonhos do neurocientista é ver uma veste robótica ajudando um paciente com lesão na medula a dar o chute inicial da primeira partida da Copa do Mundo de 2014.

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