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sábado, 16 de janeiro de 2010

Sem Fronteiras

Folha On-line

Luta pela vida no Haiti é impressionante

A psicóloga brasileira Débora Noal, 28, embarca para o Haiti amanhã, com, ao menos, duas bagagens significativas: a participação --em duas ocasiões-- nas missões da organização Médicos Sem Fronteiras, após a temporada de furacões que atingiu o país em 2008. O extrato das missões é resumido por Débora pela "capacidade de reexistir" dos haitianos.

"A luta pela vida nesse país é impressionante, a capacidade de se reconstruir como ser humano, de perseverança, de querer estar vivo. É um engajamento de vida", afirma ela, que trabalha na assistência de saúde mental da ONG.

Divulgação


Débora Noal, psicóloga da entidade Médicos Sem Fronteiras, embarca amanhã para o Haiti

Na missão para a qual embarca amanhã, Débora ficará na capital haitiana, Porto Príncipe, cuja localização é bastante próxima ao epicentro do terremoto. A previsão de estadia, de acordo com ela, gravita entre duas semanas e um mês.

A psicóloga também diz que não há como antecipar a situação psicológica acerca das pessoas depois da tragédia.

"Tentando um comparativo [com as missões anteriores], havia reações muito distintas: gente com muita raiva, outras com um sentimento de grande incapacidade e dor. Havia aqueles cuja capacidade de andar era perdida --não queriam sair de perto da equipe do hospital, por medo de recomeçar", conta.
"Existe uma dificuldade de dizer e compreender o que aconteceu, perder filho ou marido. No caso de desastres naturais, não há um culpado a quem se dirigir, a dimensão do sofrimento é muito grande", pondera. Seu objetivo no Haiti, descreve, é compreender o que aconteceu "a partir da vivência das pessoas".

Outra preocupação, observada a partir das missões anteriores, é com o alto índice de violência sexual no país.

Ela evita falar sobre a possibilidade de eclosão de novos conflitos sociais no Haiti --até hoje, as tropas de missão da ONU permanecem no país, a fim de garantir a paz na região. "Existe uma preocupação muito forte dos Médicos Sem Fronteiras quanto a isso, a ajuda é proposta com esta preocupação."

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