Texto escrito por Juliana Maringoni, Jornalista da Editora Rosa Rose, obrigada pela colaboração.
Queremos tudo agora, rápido, num instante.
As propagandas nos prometem tudo agora, já.
Dentes mais brancos num instante...
(e lá se vão o esmalte e o brilho natural)
Sinta prazer em um minuto...
(e ganhe um mês de impotência)
Emagreça em 20 minutos...
(e engorde tudo e mais um pouco rapidinho)
Tonifique-se em 25 minutos...
(e fique flácido em uma semana)
Coma em dez minutos...
(e sinta fome depois de meia hora)
Leia um livro em 15 minutos...
(e não entenda nada)
Vá a 200 km por hora...
(e perca a vida inteira)
Se o e-mail chega a questão de segundos...
Eu quero tudo agora, rápido, num instante!
Porém, o nosso corpo entende como uma agressão a ânsia de forçá-lo a ser capaz de fazer as coisas como uma máquina.
A respiração acelera, a mente fixa-se no amanhã e o prazer de viver agora é sabotado pela pressa dos próximos segundos.
O organismo é condicionado a acompanhar os passos apressados das nossas exigências e dança no ritmo alucinado de uma música eletrônica. Aí originam-se as doenças enraizadas no estresse, depressão e ansiedade.
Antes de buscar soluções mágicas para daqui a pouco, pergunte-se: E se eu escolher o caminho mais longo e demorado, será o resultado mais duradouro e sem efeitos colaterais?
E, quando cair em tentação de ir pelo mais curto e rápido, feche os olhos e sinta:
A sua respiração está apressada?
O seu ritmo cardíaco acelerou?
As suas mãos tremem e estão frias?
A boca secou?
A mente agitou-se?
Responder sim para alguma dessas perguntas quer dizer que o seu corpo diz não para as suas ações. Procure “escutá-lo” mais vezes, a natureza é mais inteligente que os computadores. Dê mais moral para o seu corpo do que para os comerciais. Respeite-o e ame-o com mais intensidade que o relógio. E permita-se escolher a sua trilha sonora. A vida segue o ritmo da música que tocamos para ela.
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