
Queremos tudo agora, rápido, num instante.
As propagandas nos prometem tudo agora, já.
Dentes mais brancos num instante...
(e lá se vão o esmalte e o brilho natural)
Sinta prazer em um minuto...
(e ganhe um mês de impotência)
Emagreça em 20 minutos...
(e engorde tudo e mais um pouco rapidinho)
Tonifique-se em 25 minutos...
(e fique flácido em uma semana)
Coma em dez minutos...
(e sinta fome depois de meia hora)
Leia um livro em 15 minutos...
(e não entenda nada)
Vá a 200 km por hora...
(e perca a vida inteira)
Se o e-mail chega a questão de segundos...
Eu quero tudo agora, rápido, num instante!
Porém, o nosso corpo entende como uma agressão a ânsia de forçá-lo a ser capaz de fazer as coisas como uma máquina.
A respiração acelera, a mente fixa-se no amanhã e o prazer de viver agora é sabotado pela pressa dos próximos segundos.
O organismo é condicionado a acompanhar os passos apressados das nossas exigências e dança no ritmo alucinado de uma música eletrônica. Aí originam-se as doenças enraizadas no estresse, depressão e ansiedade.
Antes de buscar soluções mágicas para daqui a pouco, pergunte-se: E se eu escolher o caminho mais longo e demorado, será o resultado mais duradouro e sem efeitos colaterais?
E, quando cair em tentação de ir pelo mais curto e rápido, feche os olhos e sinta:
A sua respiração está apressada?
O seu ritmo cardíaco acelerou?
As suas mãos tremem e estão frias?
A boca secou?
A mente agitou-se?
Responder sim para alguma dessas perguntas quer dizer que o seu corpo diz não para as suas ações. Procure “escutá-lo” mais vezes, a natureza é mais inteligente que os computadores. Dê mais moral para o seu corpo do que para os comerciais. Respeite-o e ame-o com mais intensidade que o relógio. E permita-se escolher a sua trilha sonora. A vida segue o ritmo da música que tocamos para ela.
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