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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

PÚSTULAS MAIÚSCULAS

Do poeta Hugo Leal.

Já estou de saco cheio sem saber qual o recheio do governo que aí está. Só constato que está feio e pretende piorar.

Por que é que tu recuas se as gárgulas são tuas e passeiam pelas ruas vendo trinta e duas luas? Ah, agora compreendo como é que se vivendo mesmo um susto tão tremendo não tem custos quando vendo, pois quem compra não vê trompa e a tromba é só um adendo que não quero que interrompa o que ainda estou aprendendo.

Se aquilo que apreendo for de fato estupendo, recomendo o fogo fátuo para quem está morrendo, pois a foto que há do ato não retrata o espetáculo uma vez que desmentiram as palavras do oráculo, que previam para o músculo um esforço muito másculo, num discurso ao crepúsculo sobre a essência do vernáculo, sempre firme e também justo a respeito do tentáculo que o augusto sacerdote ontem viu como obstáculo mas que hoje por seu custo quase incrusto no pináculo vale menos que um opúsculo sobre o próprio centenário já que a moita busca o arbusto que saiu do dicionário enquanto eu me embarafusto em robusto questionário.

O que digo em tudo isso? Que não tenho mais serviço, serventia ou compromisso, já que sou só um noviço que comete o sacrilégio de boiar no alagadiço lá do Pátio do Colégio, em um régio sortilégio que se torna privilégio para quem entorna o caldo sem ter saldo nem respaldo do banqueiro Teobaldo, um sujeito bem esperto, porém muito insubmisso, que não sabe o que é certo para quem no passadiço com cuidado passa perto do trabalho de feitiço.

Mas o dia estava lindo, o poeta foi bem vindo a e a sorte foi seguindo, a alma calma do profeta que virou um reverendo e chegou no aeroporto com carência de conforto, uma enorme paciência e um macaquinho morto, que a Junta abrindo o olho assou junto com repolho e adicionando molho na receita da defunta, esqueceu de sua pergunta sobre a massa da polenta, que com a força violenta de um vidro de pimenta, provocou a morte lenta, indigesta e flatulenta da criada fedorenta da consorte do repórter que em missão de enorme porte quis beber suco de menta e tentou fazer esporte de maneira fraudulenta, pois falou oitenta e nove e cobrou cento e setenta.

Quem enfim matou a velha e roubou seu passaporte, só deixando no lugar um bilhete de transporte? Não que isso me entorte o suporte da audiência feita contra um sujeito forte que jamais fez penitência e reage a qualquer coisa de uma forma truculenta, sempre achando dezenove em quem tem mais de quarenta.

Um camelo sem corcova não é nem um dromedário, muito embora no deserto tenha um passo extraordinário, surpreendendo o salafrário com a ajuda do Zé Mário, um amigo de Valência estudante de ciências, que afirma estar diante dos efeitos da demência e que escreve o seu diário sem usar vocabulário que suponha competência, uma vez que foi falsário, todavia com decência, e ao sair deste cenário com a luz da inteligência acabou sendo ao contrário: cometeu benemerência, como disse em riso hilário quando no confessionário fez a sua confidência.

Nesta história se abrilhanta, ao seguir o fuso horário, o milagre de uma anta, Santa Anta dos sicários, que passou com uma jamanta sobre seus adversários e largou uma elefanta pra ser janta dos Templários, gente que canta e se encanta quando em soma ficam vários, sem contar a governanta e o trouxa do inventário, um otário que só pensa no que vale o numerário.

É assim que ele é um ente frente concentrado no batente, a tentar ser deputado renitente e repetente, sem jamais ficar do lado ou oposto ao Presidente, já que mesmo a contragosto tenho que ficar contente, um político disposto, despachado e transparente, de agosto a agosto sem causar um incidente que permita acusar o nosso par de incoerente, reticente e devagar, inconcluso e decadente.

Se a TV está no ar ele também está presente sempre pronto a protestar pra salvar o meio ambiente desde que possa embromar e fingir que é valente e aquilo que falar seja só papo envolvente que ninguém vai comprovar pois é contraproducente na tribuna contestar derrubando o dirigente uma vez que pode dar posição ao concorrente e a ordem é circular, postergar, ser complacente com o que é disciplinar sem bancar o diferente, congruente com o lugar, que é alérgico e doente se o caso for lidar assim repentinamente com aquilo que pintar e sem estar numa vertente que permita elaborar algo honesto e pertinente.

Se eu fosse político e fizesse um parecer pra mostrar com senso crítico o que vejo acontecer, seria exatamente isso que eu iria então dizer.

Onde eu quero chegar com este papo constrangente, que insiste em assinalar que é preciso se tocar e dizer publicamente que é hora de mudar, acabar com o incompetente que corrupto e vulgar se apoderou da gente de um modo singular porque somos displicentes, infantis que sem lutar sonham em andar pra frente, o que nunca vai vingar com um governo experiente em roubar e assaltar em rapina inconsequente quem jurou representar do nascente ao poente o mandato popular de lembrança ainda recente?

Já não sei se minha garganta tem ainda voz para dizer que lutar ainda adianta, que o destino é o país vencer este bando de cretinos agarrados ao poder sem enxergar o desatino de sua falta de saber. No entanto, suplantando o meu grande desalento tenho a fé neste talento brasileiro de viver e encontrar o seu momento mesmo após muito sofrer.

Cansei mesmo de fingir que os amigos do alheio não são tão ruins assim e que eu não estou no meio. Mas agora é o fim, eu estou de saco cheio. Não há flores no jardim, e nem cartas no Correio. O arreio saiu de mim, se vier eu escoceio.

Já não digo nunca sim ao primeiro galanteio, verifico se o cupim roeu parte do esteio, se o freio não é chinfrim e se pára no bloqueio. Sinto o cheiro do jasmim, mas farejo o rebosteio, se a pedra no meu rim é um treco muito feio e se existe algum capim no terreno que campeio e se o combate em que guerreio vale a pena continuar.

Afinal se o fim não veio vamos todos transformar através de um reboliço tudo aquilo que é enguiço e que se sofrer sumiço nenhum de nós vai lamentar.

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