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domingo, 20 de setembro de 2009

Se quisermos, somos anjos...


Texto enviado por Joemir Rosa, obrigada pela colaboração.

-Lá estava eu com minha família, em férias, num acampamento isolado e com carro enguiçado.


- Isso aconteceu há 5 anos, mas lembro-me como se fosse ontem. Tentei dar a partida no carro. Nada.


- Caminhei para fora do acampamento e felizmente meus palavrões foram abafados pelo barulho do riacho.


- Minha mulher e eu, concluímos que éramos vítimas de uma bateria arriada.


- Sem alternativa, decidi voltar á pé até a vila mais próxima e procurar ajuda.


- Depois de uma hora e um tornozelo torcido, cheguei finalmente a um posto de gasolina.


- Ao me aproximar do posto, lembrei que era domingo e, é claro, o lugar estava fechado.


- Por sorte havia um telefone público e uma lista telefônica já com as folhas em frangalhos.


- Consegui ligar para a única companhia de auto-socorro que encontrei na lista, localizada a cerca de 30 km dali.


- Não tem problema, disse a pessoa do outro lado da linha, normalmente estou fechado aos domingos, mas posso chegar aí em mais ou menos meia hora.


- Fiquei aliviado, mas ao mesmo tempo consciente das implicações financeiras que essa oferta de ajuda me causaria. Logo seguíamos, eu e o Zé, no seu reluzente caminhão-guincho em direção ao acampamento.


- Quando saí do caminhão, observei com espanto o Zé descer com aparelhos na perna e a ajuda de muletas para se locomover.


- Santo Deus! Ele era paraplégico!!


- Enquanto se movimentava, comecei novamente minha ginástica mental em calcular o preço da sua ajuda.


- É só uma bateria descarregada, uma pequena carga elétrica e vocês poderão seguir viagem, disse-me ele.


- O homem era impressionante, enquanto a bateria carregava, distraiu meu filho com truques de mágica, e chegou a tirar uma moeda da orelha, presenteando-a ao garoto.


- Enquanto colocava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia.


- Oh! Não é nada - respondeu, para minha surpresa.


-Tenho que lhe pagar alguma coisa, insisti.


Não, reiterou ele. Há muitos anos atrás, alguém me ajudou a sair de uma situação muito pior, quando perdi as minhas pernas, e o sujeito que me socorreu, simplesmente me disse: Quando tiver uma oportunidade, "Passe isso adiante". Eis minha chance... você não me deve nada!
Apenas lembre-se: Quando tiver uma oportunidade semelhante, faça o mesmo...

"Somos todos anjos de uma asa só, precisamos nos abraçar para alçar vôo"

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