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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Doenças Causadas por Ácaros

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O que os ácaros podem provocar de doenças?

Asma e dermatites humanas:

Ácaros pertencentes à família Pyroglyphidae e presentes em poeira doméstica provocam, em quase todo mundo, asma e dermatites humanas, tanto em crianças como em adultos. Sabe-se que, além dos próprios ácaros, seus fragmentos e dejetos (antígenos e alérgenos) são os principais causadores de variadas manifestações alérgicas do aparelho respiratório humano, incluindo a asma.

Desde 1921, havia uma associação entre asma e inalação de poeira doméstica, mas somente em 1935, na Europa, concluiu-se à possibilidade de que os pequenos acarinos encontrados na poeira seriam os alérgenos. Porém, foi somente na década de 60 que se comprovou que as manifestações alérgicas respiratórias causadas pela poeira doméstica tinham os ácaros e seus dejetos como alérgenos.

Locais atingidos e repletos pela descamação da pele, como colchões e roupas-de-cama, e/ou locais sem uso ou limpeza freqüentes são focos ricos em acarinos que irão causar sérias crises de rinite, asma ou tosse em pessoas sensíveis ao serem inalados.

Estima-se que em cada cama exista mais de um milhão e meios de ácaros, que se alimentam de células mortas da pele humana e precisam de umidade para sobreviver. Portanto, as condições de calor e umidade criadas por uma cama ocupada são ideais para as criaturas.

Quando sua cama está arrumada, ela conserva a umidade e os ácaros “fazem a festa”. Já se não se arrumam as camas, remove-se a umidade dos lençóis e do colchão, deixando os ácaros desidratados e à beira da morte, porque esses pequenos invertebrados não conseguem sobreviver em ambientes quentes e secos.

Profilaxia:
- Realizar a higiene de casa com pano pouco úmido para não espalhar a poeira e nem umidificar o ambiente, o que favorece a proliferação dos mesmos;

- Utilizar aspirador de pó;
- Incinerar a poeira retirada;
- Usar colchão e travesseiros de espuma;
- Expor roupas de cama ao sol diariamente;

- Aplicar o fungicida Nipagim (metil-hidroxibenzoato) em solução a 5% em assoalhos e móveis. Esse fungicida impede a “pré-digestão” da pele descamada que seria utilizada pelos ácaros, assim, esses patógenos morrem por inanição;

Muitas vezes, a remoção de pessoas sensíveis para ambientes mais frios e secos, onde a proliferação do ácaro é menor, é necessária.

Fora do Brasil, foram relatados casos de dermatites causadas pelo Dermatophagoides scheremetewsky. Inicialmente, esse agente ataca o couro cabeludo causando seborréia, que pode disseminar-se pelo corpo se não tratada, provocando neurodermatites difusas, caracterizadas por coceiras constantes.

Os folículos pilosos são invadidos pelos ácaros, que promovem irritação das terminações nervosas e geram pruridos, que são mais intensos à noite.

Tratamento:
- Limpeza correta do domicílio e aplicação de sarnicidas usuais como Deltacid, Tetmosol, Acarsan, etc.

- Combinação de métodos físicos e biológicos em domicílios. Disponível no mercado brasileiro, o aparelho Sterilair atua de modo a ressecar o ambiente, consequentemente, eliminando os fungos responsáveis pela “pré-digestão” dos nutrientes dos ácaros. Estes morrem por inanição pela interferência na cadeia alimentar.

Atualmente, tem-se intensificado os estudos sobre esses ácaros, tanto sob o ponto de vista patológico (imunogênico) e profilático quanto ecológico e biológico. Todos os anos, o sistema público de saúde britânico gasta cerca de US$ 1,3 bi com doenças causadas por esses artrópodos.

Para médicos diagnosticarem as ectoparasitoses, como doenças causadas por ácaros, precisa-se do auxílio laboratorial para identificar o agente envolvido e assim instituir o tratamento e as medidas de controle adequadas ao caso. Isso acontece nas sarnas sarcóptica e notoédrica, doenças causadas pelas espécies Sarcoptes scabiei e Notoedres sp. , ácaros de tamanhos microscópicos que penetram na epiderme dos seus hospedeiros. Não obstante, a sintomatologia provocada por esses ácaros não é específica e pode ser confundida com a de outros agentes etiológicos.

O mesmo ocorre com ácaros um pouco maiores que os citados anteriormente, como é o caso do ácaro Dermanyssus gallinae. Esse parasito vive escondido nas instalações onde permanecem aves, mas só esporadicamente se alimentam nesses animais. Esses ácaros, além de causar anemia e morte de aves, também têm importância para a saúde do trabalhador, pois eles ao manejá-las, também podem se infestar e sofrer os seus efeitos. Assim, será necessário identificá-los para a indicação das medidas de controle.

Zoonoses são doenças naturalmente transmissíveis entre os animais, alguns invertebrados e os seres humanos. A maioria dessas doenças está relacionada a intervenções e/ou posturas inadequadas no meio ambiente e passam a incidir nas populações humanas e nas animais e, principalmente, nos animais domésticos que com elas convivem.

A sarna sarcóptica, notoédrica e a queiletielose são zoonoses manifestadas por dermatoses parasitárias causadas por ácaros que vivem na pele ou dentro do animal susceptível. A variabilidade das manifestações clínicas dessas dermatoses parasitárias reflete provavelmente as variações na duração e na intensidade da reação de hipersensibilidade, além da capacidade do hospedeiro em limitar a multiplicação do parasita.

Fatores ambientais estão intimamente relacionados à exposição a esses ácaros e a ocorrência de dermatoses parasitárias, como, especialmente, o contato com outros animais e a presença de áreas endêmicas. Embora os ácaros causadores não sejam completamente hospedeiros específicos, eles exibem uma preferência por certos hospedeiros. Apresentam também um potencial zoonótico para causar dermatoses nos humanos.

Sarna Sarcóptica:

A sarna sarcóptica ou escabiose, uma das primeiras doenças humanas que teve sua causa conhecida, é uma doença contagiosa humana e de outros animais caracterizada por uma dermatose pápulo-crostosa de intenso prurido resultante de uma resposta imune a produtos de excreção e saliva do artrópodo. É causada pelo ácaro epidérmico Sarcoptes scabiei. Embora seja citado na literatura como hospedeiro específico, esse patógeno pode afetar cães, gatos, raposas e o homem por períodos variáveis de tempo.

O período de incubação no cão é de duas a oito semanas, tornando-se difícil rastrear a fonte da infestação.
Antigamente, essa sarna tinha alta prevalência na população; posteriormente, com o advento de medicamentos mais eficazes e melhoria da higiene, ela tornou-se rara. Porém, a partir da década de 70, aumentou-se o número de pessoas apresentando esse parasito. Possivelmente, as principais razões foram o aumento da população, facilitando o maior contato em ambientes coletivos, como em ônibus, por exemplo, e promiscuidade sexual.

Esses ácaros adultos perfuram túneis ou galerias na epiderme, principalmente nas mãos, punhos, cotovelos, axilas e virilhas, podem também ser encontrados nas nádegas, genitais externos, seios, costas e pernas. Crianças podem apresentar algumas complicações, como quadros urticariformes e infecções secundárias por bactérias.

Sarna Notoédrica:

A sarna notoédrica (sarna felina) é uma dermatose intensamente pruriginosa e formadora de crostas dos gatos, causada pelo ácaro sarcoptiforme Notoedres cati. Este também pode infestar cães e pode causar lesões transitórias nos seres humanos em contato com os animais infestados.

A sarna notoédrica é potencialmente contagiosa, geralmente por meio de contato direto. O ácaro pode sobreviver fora do hospedeiro por somente alguns dias.

Quetiletielose:

A queiletielose é uma dermatose descamante ou pápulo-crostosa distribuída dorsalmente, causada pelo ácaro superficial Cheyletiella yasguri (cão) e pela Cheyletiella blakei (gato). Essas espécies de ácaros podem acometer várias espécies de hospedeiros, incluindo o homem. Eles são habitantes da superfície, e se alimentam de restos cutâneos superficiais e fluidos teciduais.

Diagnóstico:

São sugestivos para o diagnóstico clínico: a anamnese, o prurido, a localização e o aspecto das crostas. Deve ser feito, também, o diagnóstico parasitológico, que pode ser feito de duas maneiras

- aderindo-se uma fita gomada sobre as crostas, as formas aí presentes ficarão aderidas a fita que é colocada, depois, sobre uma lâmina e examinada em microscópio;

- raspas a epiderme no limite da pele sã e das crostas mais recentes, colher o raspado em lâmina, colocar gotas de substâncias específicas para clarificar e examinar em microscópio.

Tratamento:

No caso do homem, recomenda-se submeter o paciente a um banho morno, demorado, com sabão próprio, para amolecer e retirar as crostas. Depois, aplica-se localmente alguns dos medicamentos indicados: benzoato de benzila (Acarsan e Escabiol), deltametrina (Deltacid loção), tiabendozol (Foldan) ou monossulfeto de tetratiltiuram (Tetmosol) por três dias. Esses remédios são encontrados sob a forma líquida, sabonete ou pomada.

Em casos de contaminação bacteriana, pode-se acrescentar permanganato de potássio à água do banho na proporção de 1:10.000

Todas as informações passadas são apenas esclarecimentos para as suas perguntas. Aconselhamos o acompanhamento médico sempre.

Luz e Paz,

Marilda Jorge

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