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domingo, 15 de novembro de 2009

A Chama da Alma...

Texto enviado por Betinha Clemente, obrigada pela colaboração.

Havia um rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza.
De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.

Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei.
Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca.

Como sábio, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.
Afinal, ele, como sábio, havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta.

E o rei era virtuoso e amado por todos.
Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu: "Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo. Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante."

O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio.

Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou: "Você conseguiu ver todas as minhas riquezas?"

O sábio, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu: "Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada."

Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo: "Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam."

“Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário."

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