Sessão Saúde e Prevenção
O mal de Alzheimer escrito por Roberto Goldkorn, psicólogo e escritor.
Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia "o Infalível".
O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.
Aliás, fico até mais tranquilo diante do "eu não sei ao certo" dos médicos; prefiro isso ao "estou absolutamente certo de que ...", frase que me dá arrepios. Há trinta anos não se ouvia sequer uma menção a essa doença maldita. Hoje eu precisaria ter o triplo de dedos nas mãos para contar os casos relatados por amigos e clientes em suas famílias.
O que está acontecendo?
Estamos diante de um surto de Alzheimer? Finalmente nossos hábitos de vida "moderna" estão enviando a conta?
O que os pesquisadores sabem de verdade sobre a doença?
Qual é o lado oculto dessa manifestação tão dolorosa?
Lendo o material disponível chega-se a uma conclusão: essa é uma doença extremamente complexa, camaleônica, de muitas faces e ainda carregada de mistérios.
Hábitos alimentares?
Stress das pressões do Primeiro Mundo?
A alimentação parece ser sem dúvida um elo nessa corrente e mais ainda o alumínio. Segundo algumas pesquisas, a incidência de alumínio encontrada nos cérebros de portadores da doença é assustadoramente alta. Pesquisas feitas na Austrália e em alguns países da Europa mostraram que, em ratos alimentados com uma dieta rica, o sulfato de alumínio (comumente colocado na água potável para matar bactérias) danificou os cérebros dos roedores de forma muito similar à causada nos humanos pelo Alzheimer.
A minha interpretação de tudo isso: não temos muito como controlar todos os fatores de risco apontados como os vilões - alimentação, pressão alta, contaminação ambiental, stress, e a genética (por enquanto). Mas podemos colocar o nosso cérebro para trabalhar.
COMO?
Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida "bandida".
Meu conselho é: não sejam infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo nunca, pois dali, só há um caminho, descer. Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.
Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.
Não existem estudos provando que o Alzheimer é a moléstia preferida dos arrogantes, autoritários e auto-suficientes, mas a minha experiência mostra que pode haver alguma coisa nesse sentido.
Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas "bobagens" e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso.
Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro.
Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum ... isso é preocupante.)
Lute, lute sempre por uma causa, por um ideal, pela felicidade.
Dicas para escapar do Alzheimer:
Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões. Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que a NEURÓBICA, a "aeróbica dos neurônios", é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.
Para contrariar essa tendência é necessário praticar exercícios "cerebrais" que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:
- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.
A proposta é mudar o comportamento rotineiro.
Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor.
Nota: evite ao máximo o uso de panelas de alumínio para cozinhar. Use panelas de ferro, dentro do possível.
Luz e Paz,
Marilda Jorge
3 comentários:
Marilda, nós estamos sofrendo muito com esta doença da mamãe.
Mamãe foi uma grande médica nos seus aureos tempos, sabia que estava começando o Alzheimer e mesmo nos preparando dia a dia, não conseguimos aceitar...
Está sendo muito doloroso ve-la desta forma e agradeço por compartilhar esta doença que parece epidemia.
Beijos no coração.
Marilda, nós estamos sofrendo muito com esta doença da mamãe.
Mamãe foi uma grande médica nos seus aureos tempos, sabia que estava começando o Alzheimer e mesmo nos preparando dia a dia, não conseguimos aceitar...
Está sendo muito doloroso ve-la desta forma e agradeço por compartilhar esta doença que parece epidemia.
Beijos no coração.
Gostaria de conversar com vc/. Se puder me envie um e-mail e muita Luz e Paz!
E-mail:marildajorge@gmail.com
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