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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O mal de Alzheimer

Sessão Saúde e Prevenção

O mal de Alzheimer escrito por Roberto Goldkorn, psicólogo e escritor.

Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia "o Infalível".

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranquilo diante do "eu não sei ao certo" dos médicos; prefiro isso ao "estou absolutamente certo de que ...", frase que me dá arrepios. Há trinta anos não se ouvia sequer uma menção a essa doença maldita. Hoje eu precisaria ter o triplo de dedos nas mãos para contar os casos relatados por amigos e clientes em suas famílias.

O que está acontecendo?
Estamos diante de um surto de Alzheimer? Finalmente nossos hábitos de vida "moderna" estão enviando a conta?

O que os pesquisadores sabem de verdade sobre a doença?
Qual é o lado oculto dessa manifestação tão dolorosa?
Lendo o material disponível chega-se a uma conclusão: essa é uma doença extremamente complexa, camaleônica, de muitas faces e ainda carregada de mistérios.

Hábitos alimentares?
Stress das pressões do Primeiro Mundo?

A alimentação parece ser sem dúvida um elo nessa corrente e mais ainda o alumínio. Segundo algumas pesquisas, a incidência de alumínio encontrada nos cérebros de portadores da doença é assustadoramente alta. Pesquisas feitas na Austrália e em alguns países da Europa mostraram que, em ratos alimentados com uma dieta rica, o sulfato de alumínio (comumente colocado na água potável para matar bactérias) danificou os cérebros dos roedores de forma muito similar à causada nos humanos pelo Alzheimer.

A minha interpretação de tudo isso: não temos muito como controlar todos os fatores de risco apontados como os vilões - alimentação, pressão alta, contaminação ambiental, stress, e a genética (por enquanto). Mas podemos colocar o nosso cérebro para trabalhar.

COMO?

Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida "bandida".

Meu conselho é: não sejam infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo nunca, pois dali, só há um caminho, descer. Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Não existem estudos provando que o Alzheimer é a moléstia preferida dos arrogantes, autoritários e auto-suficientes, mas a minha experiência mostra que pode haver alguma coisa nesse sentido.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas "bobagens" e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso.

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro.
Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum ... isso é preocupante.)

Lute, lute sempre por uma causa, por um ideal, pela felicidade.

Dicas para escapar do Alzheimer:

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões. Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que a NEURÓBICA, a "aeróbica dos neurônios", é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência é necessário praticar exercícios "cerebrais" que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:
- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.

A proposta é mudar o comportamento rotineiro.
Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor.

Nota: evite ao máximo o uso de panelas de alumínio para cozinhar. Use panelas de ferro, dentro do possível.

Luz e Paz,

Marilda Jorge

3 comentários:

Marcia e Murilho disse...

Marilda, nós estamos sofrendo muito com esta doença da mamãe.
Mamãe foi uma grande médica nos seus aureos tempos, sabia que estava começando o Alzheimer e mesmo nos preparando dia a dia, não conseguimos aceitar...
Está sendo muito doloroso ve-la desta forma e agradeço por compartilhar esta doença que parece epidemia.
Beijos no coração.

Marcia e Murilho disse...

Marilda, nós estamos sofrendo muito com esta doença da mamãe.
Mamãe foi uma grande médica nos seus aureos tempos, sabia que estava começando o Alzheimer e mesmo nos preparando dia a dia, não conseguimos aceitar...
Está sendo muito doloroso ve-la desta forma e agradeço por compartilhar esta doença que parece epidemia.
Beijos no coração.

Marilda Jorge disse...

Gostaria de conversar com vc/. Se puder me envie um e-mail e muita Luz e Paz!
E-mail:marildajorge@gmail.com

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