Por Jairo Len, da Clínica Len de Pediatria.
Nada contra o feijão, eu juro. Afinal, sua cultura começou 7.000 anos a.C. - talvez o plantio mais antigo feito pela nossa civilização.
O feijão é uma leguminosa que tem um preço acessível em comparação a outros alimentos que contenham nutrientes, além de seu plantio ser fácil, podendo ser o alimento mais importante em diversas regiões do Brasil (como no miserável sertão nordestino).
O problema é que muitas mães tem o feijão como um alimento "fundamental e indispensável" para seus filhos, que muitas vezes (e talvez por causa de tanta insistência) tem verdadeiro pavor deste alimento.
Me falam "ele come muito mal...porque come de tudo, menos feijão...vai ficar desnutrido...".
Não é verdade. O feijão não é um alimento tão importante, que seja indispensável à nossa nutrição. Aliás, pouquíssimos países do mundo têm o feijão como um hábito diário. Na Europa, nem pensar. Vá lá umas favas em algum prato mais requintado...
"Mas feijão não tem muito ferro?"
O feijão tem ferro, sim. Mas muito menos do que as fontes de ferro de origem animal. E o ferro do feijão é ligado a fitatos (como todo o ferro de origem vegetal). Isso diminui demais sua absorção, não sendo considerado uma boa fonte deste mineral. Vale para o espinafre e demais verduras escuras.
Para quem não tem acesso ($$) à carne, frango, ovo...podemos dizer que o feijão é uma boa solução - até porque contém proteínas e outros minerais, com baixíssimos níveis de gordura.
Para os demais, ele continua um ótimo alimento.
Mas não é fundamental. O que fez a gente sobreviver desde que éramos homens de Neanderthal foi proteína animal e carboidratos.
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