Pelo menos um, em cada cinco brasileiros, tem dificuldades eventuais ou persistentes na função intestinal. Prisão de ventre para os leigos, constipação intestinal para a medicina, o fato é que, quando o intestino não funciona adequadamente, acontece muito desconforto, além de prejuízos à saúde. Ficando por mais tempo no intestino, há mais absorção de toxinas pela mucosa intestinal que acabam sobrecarregando os sistemas enzimáticos do fígado. As fezes ficam mais endurecidas, porque a mucosa intestinal também absorve água demais, tornando-as ressecadas, gerando dor e desconforto no momento da evacuação.
"Evitar excessos de alimentos que prendem o intestino como arroz branco, inhame e carnes vermelhas é a primeira estratégia a ser adotada" Substâncias tóxicas com compostos sulfurados e nitrogenados gerados por bactérias no interior intestino, ficam mais tempo em contato com a mucosa intestinal. Essas substâncias são carcinogênicas, ou seja, podem causar câncer de intestino. As fezes duras e ressecadas tornam a pressão no interior do intestino muito grande, propiciando o aparecimento de herniações da mucosa, na forma de sacos, chamados de divertículos.
Esses últimos, depois que aparecem, podem causar dor, inflamação e até uma infecção séria. Por isso todos sabem da importância de ter um intestino saudável. Mesmo assim prisão de ventre continua sendo um dos problemas mais freqüentes que as pessoas enfrentam.
Vale a pena recordar as orientações da medicina natural para tratar e prevenir a constipação intestinal. Sabemos que as fezes precisam ficar hidratadas para ficar com uma consistência boa para serem expelidas. Por isso, para começar, é recomendável beber 6 a 8 copos de água por dia. A alimentação é fundamental. Evitar excessos de alimentos que prendem o intestino como batata, arroz branco, inhame, carnes, canela, maçã, goiaba e banana e a primeira estratégia a ser adotada. Em seguida é fundamental comer muita fibra. A fibra absorve a água que você está bebendo, fazendo um bolo fecal elástico e suave para ser impulsionado pelo tubo digestivo, facilitando sua eliminação.
Coma muita fibra
Para comer bastante fibra, é preciso fazer várias pequenas mudanças na alimentação. Os cereais, devem ser trocados de comuns para integrais. Uma sugestão é comer granola de manhã, arroz integral e massas à base de trigo integral nas outras refeições. São excelentes fontes de fibras, as folhas, como alface, couve, bertalha, espinafre, chicória e mostarda, e as verduras com talo como brócolis, couve-flor e palmito. Há um tipo de fibra, chamada de mucilagem, que é particularmente boa para o intestino, porque tem muita afinidade pela água. Por isso, ao ser colocada em contato com água, ela forma uma mistura que parece um gel, que lubrifica o intestino e facilita a progressão do bolo fecal. Alimentos como quiabo, tomate, beterraba, aspargos, berinjela e aveia, entre outros, são ricos em mucilagem. É sempre recomendável associar alimentos com mucilagem às outras fibras alimentares, para melhorar sua eficiência.
Frutas que fazem o intestino funcionar
Além dos tradicionais, ameixa e mamão, muitas outras frutas ajudam a fazer funcionar o intestino, incluindo figo, uva, laranja, tangerina, damasco, caqui, pêssego, jabuticaba, morango, nêspera, abacate, tamarindo, abacaxi e manga. É sempre bom comer pelo menos uma a duas frutas que ajudam o intestino, todos os dias. Ainda na alimentação vale ressaltar o papel dos laticínios fermentados, que ajudam a repor a flora intestinal normal composta de bactérias, chamadas de lactobacilos. Essas bactérias reduzem a formação de compostos tóxicos no intestino, além de estimular a peristalse, ou seja, os movimentos fisiológicos do intestino que impulsionam as fezes. Pessoas que tem redução da flora intestinal normal desenvolvem sintomas digestivos, incluindo prisão de ventre. Lactobacilos podem ser encontrados no iogurte natural, mas também existem na forma de alimentos funcionais, como o Yakult ou em cápsulas.
Chás que normalizam o intestino
Muitos chás podem ajudar a normalizar o intestino. Entre uma grande posibilidade de chás podemos citar: o boldo (Peumus boldus), carqueja (Bacharis trimera), transagem (Plantago major), alcachofra (Cynara scolimus), malva (Malva officinalis), bardana (Arctium major), agoniada (Himathathus lancifolius) e sabugueiro (Sambucus nigra). Podemos misturar dois ou três desses chás para ter um composto mais eficiente. Existem plantas usadas como chá para prisão de ventre, que possuem substâncias conhecidas como antraquinonas, tais como o sene (Cássia angistifolia) ou a babosa (Aloe vera). Essas plantas podem ser usadas pontualmente para um episódio mais intenso de constipação, mas não para o dia-a-dia, porque fazem mal ao intestino dessa maneira.
Hidrocolonterapia
Para aqueles que são resistentes a todos esse cuidados citados, existe um tratamento chamado de hidrocolonterapia. Nele o intestino recebe uma série de lavagens, em intervalos regulares (em geral a cada 15 dias), fazendo com que recupere a sua capacidade de reagir e recuperar seus movimentos normais – a peristalse. A hidrocolonterpia ainda ajuda a eliminar bactérias ruins, e com isso vai permitir a renovação da flora intestinal.
Existem ainda outras alternativas para as pessoas resistentes, e que não gostam das lavagens intestinais de rotina. Massagem na barriga, e exercícios abdominais estimulam a peristalse que impulsiona as fezes com mais eficiência, ajudando a normalizar o ritmo intestinal. Várias medicinas tradicionais como acupuntura, homeopatia e medicina ayurvédica possuem tratamentos específicos para constipação intestinal, que podem ser associados às medidas básicas, para tratar as pessoas mais resistentes.
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