Texto enviado por Teresa Cristina Pascotto, obrigada pela colaboração.
De nada adianta passarmos a vida controlando a tudo e a todos. E nem a nós mesmos. Aliás, por mais que desejemos e tentemos estar no controle absoluto de tudo, nunca conseguimos que isso aconteça, é simplesmente impossível conseguirmos fazer com que tudo aconteça exatamente da forma como queremos. A pior forma de controle é a que exercemos sobre nós mesmos, em que somos extremamente auto-exigentes e autocríticos, tudo na busca pela perfeição. Somos até mesmo cruéis conosco.
Por vezes, temos uma consciência parcial de nossa necessidade de controle e do quanto isso é prejudicial, e até tentamos abrir mão do controle, porém, isso nunca é verdadeiro, porque não é uma tentativa criada a partir de um desejo de nosso Eu Real. Isto acontece a partir de nosso Ego que, quando se vê novamente ameaçado de fracassar diante de alguma situação, tenta uma nova jogada, na intenção de conseguir se salvar do possível fracasso. Como isto é um jogo falso, pois ele sempre continua no controle, mas de forma oculta e dissimulada, obviamente, o resultado nunca é o almejado.
Abrir mão do controle, de forma verdadeira, é ter uma atitude de entrega ao nosso Eu Real e à Vida. Com esta atitude de entrega e confiança, passamos a enfrentar a realidade da vida, com mais segurança e isto nos faz aprender a lidar com as dificuldades que nos acontecem de forma mais madura, equilibrada e sábia.
Mas isto não acontece num estalar de dedos. Antes, deveremos nos conscientizar do quanto somos controladores - muitas vezes, tiranos e cruéis, com o mundo e conosco. Com esta conscientização e, logicamente, com a aceitação dessa realidade, poderemos descobrir o quanto a necessidade de controle nos destruiu até hoje e o quanto fracassamos e perdemos lindas possibilidades em nossa vida por conta disso.
Se tivermos coragem de nos conhecermos de verdade e de descobrirmos essa realidade, poderemos, num primeiro momento, até ficarmos decepcionados conosco. Caso isto ocorra, deveremos acolher essa decepção, pois é difícil lidar com aquilo que descobrimos sobre nós, e é por isso que tentamos trancafiar a verdade no inconsciente. Com este acolhimento, tanto da decepção, quanto daquilo que constatamos, conseguiremos ter uma melhor aceitação dessa realidade.
Passaremos então, para a fase em que essa constatação, de nosso controle, seja conhecida não apenas racionalmente, mas seja sentida em todo o nosso ser. Precisamos sentir essa verdade e não somente ter o entendimento intelectual dela. Quando conseguimos sentir, inevitavelmente, sentiremos também o peso disso. Mas não ficaremos desesperados, muito ao contrário, isso nos dará uma sensação de alívio, mesmo sentindo o tal peso ao mesmo tempo. Olharemos para isso com naturalidade, com o olhar de quem apenas constata e diz: Infelizmente, é isso mesmo. Sou controlador e isso me fez aprisionar a mim e aos outros dentro um jogo sem saída e sem solução. Mas posso aceitar isso com naturalidade e auto-acolhimento, sem me chocar diante desse fato. Isto é apenas uma triste constatação clara e incontestável de algo que, inconscientemente, eu já sabia. Esta constatação me traz a possibilidade de ter uma percepção clara de que não faz mais sentido viver tentando estar no controle, isto é um absurdo. Eu aceito que fiz isso, mas quero me libertar desse comportamento e quero fazer de tudo para modificar isso. Mas, por enquanto, aceito que sou assim. Quero libertar a mim e a todos desse meu jugo.
Nesta atitude madura, diante da aceitação da constatação da realidade interna, poderemos então, desejar (apenas desejo) com determinação e consciência, libertar a todos os que estiveram sob nosso domínio até então. Isto é algo que deverá ser feito com boa vontade, pois não é simples assim, para um controlador, deixar ir as pessoas que tanto controlou e usou em seu benefício. Mas este tipo de libertação, ao qual me refiro, não é algo mecânico, é algo que acontece na energia, por isso reforço a questão do desejo determinado, pois é apenas uma atitude de abertura interna, como se estivéssemos abrindo um calabouço "energético" e libertando os nossos prisioneiros. Tudo acontece na energia e é na energia que tudo se desfaz e se define, mas somente a partir de uma intenção verdadeira. Isto poderá fazer com que sintamos uma sensação de termos perdido o chão, um vazio poderá tomar conta de nós e uma sensação de insegurança poderá nos acometer, mas se estivermos conscientes de que isto poderá ocorrer e aceitarmos essa possibilidade, conseguiremos lidar com essas sensações de forma tranquila. É importante passarmos por isso com essa aceitação e consciência, para que não caiamos nas armadilhas do medo, que nos levará de volta ao vício, fazendo com que não libertemos todos os "prisioneiros" e deixemos alguns ainda presos ou, libertar a todos, mas trazendo de volta logo em seguida.
Assim, com a consciência de nossa realidade interna, somada à atitude madura e corajosa de libertarmos a todos, ficaremos somente com aquilo que é nosso (pois quando controlamos os outros acabamos ficando com alguma carga energética deles) e com nossos recursos internos. Isto nos trará um grande alivio, apesar do medo de termos perdido o controle. Mas neste momento, conseguiremos estar mais entregues ao nosso Eu Real, permitindo que ele passe a comandar a nossa vida. Com esta atitude, naturalmente, a segurança e a confiança, na própria Vida e em Deus, acontecerá.
Na entrega confiante, livres do dispêndio de energia pelo controle, nos sentiremos cada vez mais leves e serenos. Isto gerará em nós uma vibração em frequências mais elevadas e, consequentemente, esta atrairá vibrações similares e positivas que nos trará situações, pessoas e condições que serão extremamente favoráveis a nós.
Conclusão disso: quanto mais controlamos, mais perdemos. Quanto mais libertamos e confiamos, mais recebemos.
Medite sobre isso e faça sua escolha. A vida é um mar de possibilidades, nos convidando a navegar... relaxe, entregue-se e aproveite!
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