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quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Revelação Divina no Sinai – Terceira Parte

Se o povo vivenciou a visão de D'us durante a divisão do Mar, que necessidade
haveria da ocorrência da Revelação Divina no Monte Sinai?

São muitas as respostas, mas talvez a principal seja que é extraordinariamente
difícil negar um evento testemunhado por milhões de pessoas. Um único indivíduo pode fabricar ou imaginar uma história, e as pessoas podem optar por acreditar ou não em suas palavras. Mas é muito difícil convencer terceiros da veracidade de um evento envolvendo milhões de pessoas se tal evento não ocorreu.

Se não tivesse ocorrido a Revelação Divina no Sinai, seria possível questionar a
origem Divina do judaísmo. Poder-se-ia alegar que Moshé foi um grande líder
carismático, um mago; mas jamais um verdadeiro profeta de D'us. Poder-se-ia
mesmo acusá-lo de ser um impostor ou simplesmente desacreditá-lo,rotulando-o de um esquizofrênico que, no entanto, acreditava ter ouvido o chamado da Voz de D'us.

Mas, quando até o mais simples dos judeus se tornou um profeta à beira do Mar de Juncos e, em especial, quando todos eles - milhões de pessoas - ouviram a Palavra de D'us aos pés do Monte Sinai, não mais havia lugar para dúvidas sobre a origem da Torá. Isto explica por que até mesmo os maiores oponentes de Moshé, como seu primo Corach, não puderam negar ser ele um verdadeiro profeta de D'us. Durante sua longa jornada de 40 anos pelo deserto, muitos judeus falsamente acusaram Moshé de crimes terríveis - nepotismo, roubo, até mesmo de adultério - mas eles nunca ousaram sugerir que ele fosse impostor, charlatão ou alucinado. Pois que eles, afinal, tinham presenciado a Revelação de D'us e quando Ele Próprio chamou Moshé para ascender ao Monte Sinai para receber a Torá. D'us Se assegurou de que seria impossível alegar que Sua Torá era um relato de ficção.

E é por essa razão que mesmo os maiores inimigos do Povo Judeu, mesmo aqueles que quiseram converter todos os judeus, nunca negaram a verdade histórica do judaísmo.

Uma segunda razão para a Revelação Divina no Monte Sinai é que D'us transmitiu ao Povo Judeu os meios de se conectarem a Ele - e isto é feito através da Torá. Se Ele jamais Se tivesse revelado, as pessoas alegariam que a Torá era criação de Moshé. No Monte Sinai, D'us fez o Povo Judeu jurar que iria preservar a Torá: assim sendo, Sua Lei não poderia ser descartada com um código de leis criado pelo homem.

Através da Torá, D'us nos permitiu conectarmo-nos com Ele. Um homem pode
considerar-se sábio e espiritualizado. Mas, pelo fato de ser finito, não pode
compreender os Desígnios de D'us. O homem requer que D'us lhe aponte o que fazer.

No Monte Sinai, D'us nos jogou uma corda que nos permite manter uma conexão com Ele. Quando estudamos a Sua Torá, absorvemos uma centelha de Sua Sabedoria Infinita. Quando realizamos Seus mandamentos, tornamo-nos instrumentos no cumprimento de Sua Vontade na Terra. E quando estendemos a mão para ajudar os outros, tornamo-nos agentes da bondade e plenitude Divinas no mundo.

Cinqüenta dias após deixarem o Egito, os judeus ouviram a Voz de D'us que lhes falava. O Mestre do Universo proclamou os Dez Mandamentos que são o núcleo dos 613 Mandamentos da Torá. Quem lê a Torá em hebraico sabe que os Dez Mandamentos foram dirigidos na 2ª pessoa do singular. No Monte Sinai, D'us não se dirigiu ao Povo Judeu como um todo. Ele falou pessoalmente a cada um de nós, pois a alma de cada um de nós esteve presente no Monte Sinai quando D'us Se revelou aos Filhos de Israel. E cada vez que abrimos a Torá, cada vez que a estudamos e praticamos o que nos ensina, estamos revivendo aquele dia tão monumental na história da humanidade.

Continua...

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